As condições de assimetria presentes nas organizações podem construir inúmeras barreiras ao processo de desenvolvimento de competências. Essa assimetria se constrói pelas estruturas hierárquicas que buscam legitimar a autoridade de um individuo sobre um grupo de pessoas. Autoridade e iniciativa é o tema do nosso post. Vamos dar uma olhada?
Líderes centralizadores e equipes passivas
Utilizada para definir prioridades e níveis de autonomia, a autoridade estrutural é um componente de alto impacto nas relações de trabalho. Contudo, seu uso indiscriminado em diferentes situações pode levar a um esvaziamento da iniciativa dos indivíduos e um baixo nível de engajamento com ações de avaliação e construção de planos de melhoria.
Em equipes, cuja a gestão se mostra autoritária e centralizadora, muitas vezes os colaboradores buscam estabelecer ações que agradem ao seu gestor e priorizar atividades de desenvolvimento que tenham sido recomendadas pelos mesmos. Além disso, tendem subvalorizar o auto avaliação e enfatizar a visão do gestor sobre seu desempenho. Outro ponto que deve ser considerado é a ênfase nas atividades da área e um empobrecimento de ações alinhadas ao negócio.
Por que o modelo de gestão autoritário ainda é tão utilizado?
Se modelos autoritários de gestão podem ser danosos ao desenvolvimento de competências, por que muitas organizações o utilizam? Há uma outra perspectiva que deve ser considerada nesse tema. Esse modelo facilita o controle, tende a ser mais ágil e gera menos ameaça ao status estabelecido na organização. O que resulta na sensação que as pessoas estão “no caminho certo”.
É claro que essa sensação pode ser extremamente reconfortante, contudo, compromete de forma substancial a evolução do negócio e a competitividade da organização. Nesse modelo, o gestor passa a atuar como o fator limitante do desenvolvimento do time, o que poderá resultar num estrangulamento de processos e na dificuldade de atender novas demandas de mercado. Além disso, os processos de sucessão poder também podem ser comprometidos no longo prazo.
Cabe ressaltar que o uso excessivo de autoridade não é um traço de personalidade, mas sim uma modelo gestão construído e sustentado pela cultura organizacional.
Como buscar e experimentar outros modelos de gestão?
A aplicação desse modelo de gestão pode ser vencida por meio de ações de mudança cultural. Essas ações podem fornecer novas referências de relação entre indivíduos e fomentar comportamentos de responsabilização. Talvez esse seja o maior dilema das organizações e sociedades hoje, autoridade ou iniciativa, qual caminho trilhar?
A experimentação de novos modelos de gestão, pode ser iniciada a partir de programas que incentivem o autoconhecimento e, a partir daí a autogestão. Colaboradores conscientes dos seus pontos fortes e fracos são capazes de assumir responsabilidades e riscos com mais confiança, participar de decisões e agir com iniciativa e energia para resolver situações do dia a dia. Quem sabe até é possível revelar talentos escondidos?
Somente o tempo poderá evidenciar os resultados de cada escolha e as consequências de cada modelo. Continue acompanhando o Blog do Ship! Sempre com novidades e dicas para fazer da sua gestão um mar de oportunidades.